sábado, 19 de março de 2011

Bicho da Seda no Brasil

No Brasil a sericicultura teve grandes avanços a partir de 1935, quando o governo criou a “3º seção de sericicultura” que fomentava a criação de bicho-da-seda através do fornecimento de ovos do bicho-da-seda e assistência técnica aos produtores.
A sericicultura mundial hoje é composta por mais de 50 países, tendo uma produção estimada em mais de 140.000 t e a China apontada como a maior produtora (responde por cerca de 70% de toda a produção mundial).
O Brasil aparece como o 4º maior produtor mundial de seda (responde por 2,7% da produção mundial), sendo que 95% dessa produção é destinada a exportação (Japão importa 75% dessa produção).
O Paraná é o principal produtor nacional (80% de toda a produção), sendo seguido por São Paulo (13% da produção). O regime principal de produção do bicho-da-seda é o de integração, no qual há uma parceria entra empresas e produtores. Cabe a empresa distribuir mudas de amoreira, produzir e distribuir lagartas, fornecer assistência técnica e comprar a produção de casulos. Aos produtores cabe comprar as lagartas das empresas integradas, ficar responsável por todo o processo de produção do bicho-da-seda e vender sua produção de casulos.
A importância da sericicultura é devido a ser uma maneira de diversificar a produção rural, ser uma cultura de pequeno risco, usar uma pequena área, pequeno capital (baixo investimento em instalações e na cultura da amoreira que servirá de alimento para as lagartas), pode ser utilizada a mão-de-obra familiar (menor custo) e sua produção é principalmente destinada a exportação.
Além das vantagens apresentadas, a sericicultura tem como vantagem que a alimentação do bicho-da-seda é produzida na própria propriedade (menor custo). A amoreira é uma planta rústica, adaptadas aos mais diferentes climas, podendo ser produzida em todo país, sua produção exige pouco esforço físico, sendo ainda uma maneira de ocupar a mão-de-obra ociosa no campo.




A sericicultura — criação de bicho-da-seda — é uma boa opção para os pequenos produtores e para a agricultura familiar.
A atividade tem pouco risco, precisa de uma pequena área, pouco capital de giro e é voltada para o mercado internacional. A cadeia produtiva da seda no Brasil apresenta um faturamento bruto anual da ordem de US$ 129 milhões.
Apesar de enfrentar a queda do preço do casulo e do fio de seda no mercado internacional, a atividade ainda é compensadora para quem deseja iniciar a produção no País. Os criadores têm garantia de venda porque a atividade é mantida em sistema de integração com as indústrias, que garantem o pagamento à vista.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Fiação de Seda (Abrasseda), Antonio Takao Amano, o Brasil é auto-suficiente em relação ao consumo do produto. Em função disso, cerca de 80% da produção nacional é exportada.
“A produção nacional não é desestimulada porque nós embarcamos quase todo o nosso produto, tanto a matéria-prima como o fio de seda.”
O principal país comprador do casulo do bicho-da-seda e do fio de seda é o Japão. Em seguida estão a Europa, a Índia e a Coréia. Do volume exportado, 50% é de casulos e 50% é de fio.
Segundo o executivo, as empresas beneficiadoras do casulo trabalham com capacidade ociosa, em função da baixa demanda nacional. Na década de 90, quando as exportações caíram um pouco e aconteceu o Plano Real, o consumo interno aumentou de 5% para 10%, o que fez elevar o volume de produção nacional.

Produção

A safra de 2002/03 de casulos de bicho-da-seda foi de 9,9 mil toneladas, que representou uma queda de 2,7% em relação à safra anterior. A expectativa para este ano é de estabilidade.
O maior Estado produtor é o Paraná, com 8,9 mil toneladas — 89,6% da produção total. Em segundo lugar está o Mato Grosso do Sul, com 546 toneladas. São Paulo, que já foi o maior produtor nacional, detém apenas 4,9% do total, com 489 toneladas, principalmente da região de Bastos e Galia.
“Houve uma migração de São Paulo para o Paraná, pois as amoreiras paulistas, das quais os animais se alimentam, estavam velhas e não houve incentivo para o produtor continuar com a atividade. Já o Paraná incentiva a produção e fornece recursos para o pequeno produtor.”
Além disso, a sericicultura se adaptou bem ao clima paranaense e obteve uma boa produtividade em relação aos outros Estados produtores.
Existem cerca de 8 mil criadores de bicho-da-seda no Brasil, sendo que 6,5 mil estão no Paraná. Há três grandes empresas que processam o fio de seda e que compram a produção nacional.

Preços

O preço do casulo no mercado nacional é de R$ 4,70 o quilo. Na safra deste ano houve aumento de 15%, porém, ficou abaixo da inflação do período — 18%.
Já os preços internacionais têm apresentado queda desde o ano 2000. No ano passado, o quilo era vendido por US$ 23,87. Este ano, o preço está em US$ 19,70. “No primeiro trimestre do ano, quando o dólar ainda estava em um patamar bom para as exportações, o mercado estava excelente para nós. Agora, com o dólar a R$ 2,90, precisamos encontrar soluções para o produtor e para a indústria”, disse Anano.

Soluções

Para melhorar ainda mais a produção e venda do casulo e do fio, é preciso que a economia mundial volte a crescer, cerca de 10% a 15%, para que o preço do quilo volte a US$ 22. Além disso, o ideal seria o dólar cotado a R$ 3,30.
“Para o produtor, o ideal é que se faça a criação em sua propriedade, pois assim não precisa dividir os lucros e pode trabalhar com toda a família, reduzindo os custos.” 




http://www.sebrae-sc.com.br/novos_destaques/oportunidade/default.asp?materia=5949

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